Vulvovaginites e vaginoses são as causas mais comuns de corrimento vaginal patológico, responsáveis por inúmeras consultas aos ginecologistas. São afecções do epitélio estratificado da vulva e/ou vagina, diferenciando-se das cervicites, que acometem a mucosa glandular, onde as causas mais comuns são infecções por clamídia e gonococo. Por outro lado, os agentes etiológicos mais frequentes nas vulvovaginites e vaginoses são os fungos, as bactérias anaeróbicas em número significativamente aumentado, tricomonas, que é um protozoário, até mesmo um aumento exacerbado da flora normal de lactobacilos.
Muitas vezes é complexo conduzir casos de vulvovaginites e vaginoses rebeldes, assim como preveni-las, pelo conhecimento incompleto da patogênese de várias condições associadas às mesmas. Da mesma forma é comum as pacientes chegarem com lista de medicamentos já utilizados em sequência, além de automedicações, o que dificulta ainda mais o sucesso diagnóstico e terapêutico.
A presença de mais de um patógeno mascara sinais e sintomas, por isso seria necessário o diagnóstico microbiológico, porém nem sempre disponível.
Vale ressaltar que frequentemente as pacientes queixam-se de "infecções vaginais" pelo fato de perceber as descargas vaginais fisiológicas como anormais. Geralmente variam com o ciclo menstrual e com as etapas do ciclo de vida feminino. Apesar de excluirmos a possibilidade de infecções com exames de microbiologia, devemos esclarecer detalhada e pacientemente o caráter FISIOLÓGICO do corrimento vaginal como queixa.